sábado, 28 de novembro de 2009

Sombras...

Queridas... Hoje vamos começar com uma dica, que vocês irão utilizar muito durante a visita no meu Blog... Fixar a sombra........rsrrsrsrsr


Gente, é "bara"tíiiiiiissimo, fixa por muuuuuito tempo e vc pode usar asombra mais baratinha que vai parecer pigments MAC, rsrs.
Ele serve pra intensificar a cor da sombra e aumenta muito a duração e fixação da cor.

Você vai precisar:

1- Glicerina líquida

2- Agua minera
l ou filtrada

3- potinho para misturar

4- Colher de sobremesa

5- Potinho para guardar.


Como você pode ver, eu arrumei um potinho com aplicador (tampinha azul), pois assim facilita o uso.

Como fazer: Misturar 1 parte de glicerina para 2 de água mineral. Ou seja, uma colher de glicerina e duas de água.

Misturar e está pronto seu mix! rs


Como
aplicar: Há 2 formas. Preparar a pele como de costume, após base e corretivo.

1ª - Vc pode aplicar o mix com os próprios dedos (limpos lógico), apenas umedecendo e passar nas pálpebras. Espere secar e aplique a sombra normalmente.


2ª - Umedecer o pincel, tirar o excesso numa toalhinha, passar na sombra e aplicar nas pálpebras normalmente.
(faço assim, como nas imagens abaixo)


Obs.: -Pode guardar por uma semana (pronta). -Não esqueça de lavar os pincéis após o uso. - Compra em qualquer farmácia.

A minha custou R$ 1,20!

Meninas, queria deixar claro que usei um pincel simples ... Na verdade vamos utilizar um pincel "ligua de gato" para aplicar a sombra, ok??? No proximo blog, vou explicar cada pincel e sua utilização...

Resultado:



Fiquem ligadas... Pois os videos de make estão chegando!!!rsrrsrs...


»♥« ★☆ мιѕѕ נ єℓєтяιкα ☆ ★»♥«
















sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Maquiagem "make up"



DÊ UM COLORIDO À MAIS NA SUA VIDA!!!! USE MAKE UP!!!!



Olá queridas, depois de muito tempo sem escrever, resolvi me dedicar à uma arte que faz parte de nossas vidas... A ARTE DA MAKE UP!!!



Incrível que ela esta presente desde muito cedo em nossas vidas, mas pouco nos aprofundamos. Foi aí que resolvi fazer alguns cursos e diplomar-me, categoricamente à essa "UNIQUE ART"...



Hoje, vou apenas postar meus pequenos pertences que ao longo dos anos pude coletar e por incrível que pareça, ainda é pouco.

Na fotinha acima eu ainda não tinha a pallete de 120 cores, e agora já possuo, graças à uma ajudinha de papis..rsrsrrs

Queridas, nesse blog, vocês poderão contar com dicas, macetes e videos ensinando como "turbinar" seu look!!!!

FIQUEM ATENTAS... RS... E ATÉ BREVE... BJOCAS DA JÚ!!!

domingo, 9 de agosto de 2009

A COMPRIDA SACOLA QUE ARRASTAMOS ATRÁS DE NÓS


A COMPRIDA SACOLA QUE ARRASTAMOS ATRÁS DE NÓS

Extrato do texto original de Robert Bly *





Diz uma antiga tradição gnóstica que não inventamos as coisas, apenas as lembramos. Dentre os europeus que conheço que relembram o lado escuro está Carl Jung. Vou retomar algumas de suas idéias e acrescentar uns poucos pensamentos meus.

Falemos primeiro sobre a sombra pessoal. Com um ou dois anos de idade, temos uma “personalidade de 360 graus”. A energia se irradia de todas as partes do nosso corpo e de todas as partes a nossa psique. Uma criança correndo é um globo vivo de energia. Quando crianças, somos uma bola de energia; mas um dia percebemos que nossos pais não apreciam certas partes dessa bola. Eles dizem: “Você não consegue ficar quieto? Não é bonito o que você está fazendo!”.

Atrás de nós temos uma sacola invisível e, para conservar o amor de nossos pais nela colocamos a parte de nós que eles não apreciam.

Quando começamos a ir à escola, nossa sacola já é bastante grande. E aí nossos professores nos dizem: “O bom menino não fica bravo com coisinhas à-toa”, e nós guardamos nossa raiva na sacola. Quando eu e meu irmão tínhamos doze anos, éramos conhecidos como “os bons meninos Bly”. Nossas sacolas já tinham um quilômetro de comprimento!

Depois fazemos o colegial e passamos por outro bom processo de guardar coisas na sacola. Agora quem nos pressiona não são os malvados adultos e, sim, o nosso próprio grupo etário. A paranóia dos jovens em relação aos adultos talvez esteja deslocada. Eu mentia automaticamente, durante todo o colegial, para me tornar mais parecido com os jogadores de basquete. Qualquer parte de mim que fosse mais “lenta” ia para a sacola.

Meus filhos passam agora por esse processo, que eu já tinha observado nas minhas filhas mais velhas. Minha mulher e eu olhávamos consternados quantas coisas elas colocavam na sacola, mas não havia nada que pudéssemos fazer. Minhas filhas pareciam tomar suas decisões com base na moda e nos ideais coletivos de beleza e sofriam tanta pressão das amiguinhas quanto dos rapazes.

Por isso sustento que o jovem de 20 anos conserva uma simples fatia daquele globo de energia. Imagine um homem que ficou com uma fina fatia – o restante do globo está na sacola – e que ele conhece uma mulher; digamos que ambos têm 24 anos de idade. Ela conservou uma fina e elegante fatia. Eles se unem numa cerimônia e essa união de duas fatias chama-se casamento. Mesmo unidos, os dois não formam uma pessoa! É exatamente por isso que o casamento, quando as sacolas são grandes, acarreta solidão durante a lua-de-mel. Claro que todos nós mentimos a esse respeito. “Como foi sua lua-de-mel?” “Fantástica, e a sua”?

Cada cultura enche a sacola com conteúdos diferentes.

Na cultura cristã, a sexualidade geralmente vai para a sacola. E, com ela, muito da espontaneidade. Por outro lado, Marie-Louise von Franz nos alerta para não sentimentalizarmos as culturas primitivas assumindo que elas não tinham nenhuma sacola. Na verdade, essas culturas tinham sacolas diferentes das nossas e, às vezes, até maiores. Talvez colocassem nelas a individualidade ou a inventividade. Aquilo que os antropólogos conhecem como “participação mística” ou “a misteriosa mente comunal” pode parecer muito bonito, mas talvez signifique apenas que todos os membros da tribo conhecem exatamente a mesma coisa e nenhum deles conhece nada, além disso. É possível que as sacolas de todos os seres humanos sejam mais ou menos do mesmo tamanho.



Passamos nossa vida até os 20 anos decidindo quais as partes de nós mesmos que poremos na sacola e passamos o resto da vida tentando retirá-las de lá.

Algumas vezes parece impossível recuperá-las como se a sacola estivesse lacrada. Vamos supor que a sacola está lacrada – o que acontece?... Uma grande novela do século XIX ofereceu uma idéia a respeito. Certa noite, Robert Louis Stevenson acordou e contou para a mulher um trecho do sonho que acabara de Ter. Ela o convenceu a escrevê-lo, ele o fez e o sonho tornou-se o “Dr. Jekyll e Mr. Hyde”.

O lado agradável da personalidade torna-se, na nossa cultura idealista, cada vez mais agradável. O homem ocidental talvez seja, por exemplo, um médico liberal que só pensa em fazer o bem. Em termos morais e éticos, ele é maravilhoso. Mas a substância na sua sacola assume personalidade própria; ela não pode ser ignorada.

A história conta que a substância trancada na sacola aparece, certo dia, em uma outra parte da cidade. Ela está cheia de raiva e, quando finalmente é vista, tem a forma e os movimentos de um gorila.

Quando colocamos uma parte de nós na sacola, essa parte regride. Retrocede ao barbarismo. Imagine um rapaz que lacra a sacola aos 20 e espera uns quinze ou vinte amos para reabri-la. O que ele irá encontrar? É triste, mas toda a sexualidade, selvageria, impulsividade, raiva e liberdade que ele colocou na sacola regrediram; não apenas seu temperamento se tornou primitivo como elas agora são hostis à pessoa que abre a sacola.

O homem ou a mulher que abre a sacola aos 45 anos sente medo.

Eles dão uma olhada e vêem a sombra de um gorila se esgueirando contra a parede: ora, qualquer pessoa que veja uma coisa dessas fica aterrorizada!

Pode-se dizer que, na nossa cultura, a maioria dos homens coloca o seu lado feminino (a mulher interior) na sacola. Quando ele quer, lá pelos 35 ou 40 anos, entrar novamente em contato com o seu lado feminino, a mulher interior talvez lhe seja bastante hostil. Nesse meio tempo, ele está enfrentando a hostilidade das mulheres no mundo exterior.

A regra parece ser: o lado de fora é um espelho do lado de dentro.

É assim que as coisas são neste nosso mundo. E a mulher que queria ser aceita pela sua feminilidade e para isso guardou seu lado masculino (o homem interior) na sacola, talvez descubra, vinte anos mais tarde, que ele lhe é hostil. Talvez ele também seja insensível e brutal em suas críticas. Essa mulher estará em apuros. Viver com um homem hostil dará a ela alguém a quem censurar e aliviará a pressão, mas não resolverá o problema da sacola fechada. Nesse meio tempo, ela está propensa a uma dupla rejeição: a do homem interior e a do homem exterior. Existe muita dor nisso tudo.

Cada parte da nossa personalidade que não amamos tornar-se-á hostil a nós. Ela também pode distanciar-se e iniciar uma revolta contra nós.

Mas a projeção também é uma coisa maravilhosa. Marie-Louise von Franz observou num de seus escritos: “Por que assumimos que a projeção é sempre uma coisa ruim? Às vezes a projeção é útil, é a coisa certa”. Sua observação é sábia, nos faz lembrar que, se não projetarmos, nunca conseguiremos estabelecer uma conexão com o mundo. As mulheres reclamam que o homem pega seu lado feminino ideal e projeta sobre elas. Mas se não fizesse isso, como poderia ele sair da casa da mãe ou do apartamento de solteiro? A questão não é tanto o fato de projetarmos, mas sim por quanto tempo mantemos a projeção sobre o outro. Projeção sem contato pessoal é perigoso.

Milhares, milhões de homens americanos projetaram seu feminino interior sobre Marilyn Monroe. Como deixaram suas projeções sobre ela, o mais provável era que Marilyn Monroe morresse. Ela morreu. Projeção sem contato pessoal pode causar danos à pessoa que a recebe. Nenhum ser humano pode receber tantas projeções – isto é, tanto conteúdo inconsciente – e sobreviver.



Por isso é da maior importância que cada pessoa traga de volta suas próprias projeções. Quando colocamos muita coisa na nossa sacola particular, o resultado é nos sobrar pouca energia. Quanto maior a sacola, menor a energia.

Algumas pessoas têm, por natureza, mais energia que outras; mas todos nós temos mais energia do que nos é possível usar. Para onde ela foi? Se colocamos nossa sexualidade na sacola enquanto somos crianças, é lógico que perdemos bastante energia. Quando coloca o seu lado masculino na sacola, uma mulher perde energia.

Assim podemos imaginar que a nossa sacola pessoal contém energia que agora não está à nossa disposição.

Se um homem diz que não é criativo, quer dizer que ele guardou sua criatividade na sacola.

Já falamos da nossa sacola pessoal, mas parece que cada cidade ou comunidade também possui a sua sacola. Vivi muitos anos nos arredores de uma cidadezinha agrícola. Esperava-se que cada habitante daquela cidade tivesse os mesmos objetos na sacola. É como se a cidade, por uma decisão psíquica coletiva, colocasse certas energias na sacola e tentasse impedir que alguém as tirasse de lá. Nesse assunto, as cidades interferem com nossos processos particulares e é por isso que é mais perigoso viver nas cidades do que junto à natureza..

A comunidade junguiana, como a cidade, tem a sua sacola; ela geralmente recomenda aos junguianos que mantenham a vulgaridade e o amor ao dinheiro na sacola. A comunidade freudiana exige que os freudianos mantenham sua vida religiosa na sacola.



* Extraído do livro “Ao Encontro da Sombra – o potencial oculto do lado escuro da Natureza Humana”. Connie Zweig e Jeremiah Abrams (orgs). Ed. Cultrix, São Paulo.

domingo, 2 de agosto de 2009

SINCERIDADE CRUEL


SINCERIDADE CRUEL



por Cyara Regina


Já devo ter dito isso antes, nem lembro, ô coisinha destrutiva é a tal da sinceridade em excesso! E os homens parecem estar ficando craques nisso, pelo menos é o que eu observo com minhas amigas. Tem uma lista sem fim magoada com frases e demonstrações de honestidade dispensáveis de seus companheiros. Parece que a raça masculina resolver compensar por todos os anos em que foi vista como canalha sem cura; agora foram para o outro lado da moeda e fala mais do que deveria.
Quem precisa ouvir "ainda não estou inteiro com você" no primeiro mês de namoro? Queridos, as mulheres de hoje nao têm mais síndrome de Cinderela, sabiam? A gente sabe que estar inteiro não depende de sapato de cristal, e sim de convivência e química. Mais ainda quando se inicia um relacionamento depois de outro de longa duração (é o caso da minha amiga). O pior é que eles estavam num momento de intimidade, aí o rapaz veio com esse espasmo de verdade absoluta e ainda ficou com cara de "como assim?" quando ela pediu que fosse embora. Queria o que depois desse sincericídio?
Outro caso curioso é o de Roberta, uma colega de trabalho que anda indignada com os homens. A melhor história foi quando saiu com um advogado. No primeiro dia, disse ele logo que nao pretendia casar e filhos estavam fora de questão, isso ainda no couvert, nem o vinho eles tinham escolhido. Agiu como se quisesse se proteger de uma ação na justiça, ou seja, o exemplo clássico de um ser humano sem noção. Muito calmamente, ela cortou o jantar e foi embora, e ele deve etar até hoje achando que a honestidade o salvou mais uma vez de problemas futuros.
Eu mesma já fui vítima de sinceridade obscena várias vezes; desde a adolescência atraio os sincericídas e há alguns anos gasto boa parte do início das relaçoes estabelecendo os limites da verdade para mim. Transou com outra (com camisinha, claro), mas que nada significou?
Apague de sua lista de culpa e esconda a mil chaves porque, a partir do momento em que eu souber, terei que reagir e sei que minha reação não costuma ser das melhores. Sou uma mulher pseudo-moderna, ou seja, entendo o pulo da cerca, mas não o aceito. O pior é que essa estratégia não tem adiantado muito, continuo ouvindo relatos dolorosos de traição que os malditos são incapazes de esconder. Fica escrito na testa!
Meu penúltimo namorado bateu o recorde nessa categoria. Um belo dia, disse que queria conversar comigo, que estava incomodado e precisava desabafar. Eu, preocupadíssima, me coloquei à disposição para um longo DR. Sabe qual era a fonte do desconforto? O rapaz estava achando que tinha algo errado com a relação porque ele estava notando outras mulheres!
Quase disse "que bom!", afinal, o que tem de errado em ser homem, em ter atração por bunda e pernas roliças? Quase nao acreditei e ainda tive que convencê-lo de que aquilo era perfeitamente normal, chamava-se testosterona, pode?
Nos Estados Unidos existe uma expressão que acho ótima e bem realista. Quando os americanos dizem uma mentirinha que nao faz mal a ninguém, chamam-na de white lie, mentira branca. Pois então homens, usem-na! Melhor uma brancosa inofensiva que uma negra verdade que magoa, muitas vezes de forma irreversível.

Genealogia da Malandragem







O brasileiro sempre tem um "jeitinho" para tudo. Saiba que relação existe entre a peculiar malandragem do brasileiro e a construção da Ética e da moral na visão de nietzsche

Costuma-se apontar a corrupção como uma das maiores mazelas da sociedade brasileira. Geralmente, quando questionada acerca desse assunto, a opinião pública tem como alvo favorito de críticas a classe política. É curioso, no entanto, que boa parte dessas pessoas que avaliam negativamente seus representantes costuma recorrer, cotidianamente, a pequenos artifícios que burlam o costume ético e, muitas vezes, até a lei. Estamos nos referindo ao nosso jeitinho brasileiro, à malandragem e ao jogo de cintura, "categorias" que, já incorporadas à nossa cultura, convivem lado a lado com os valores ético-morais mais tradicionais. A "ética" do jeitinho e da malandragem coexiste, paralelamente, com a ética oficial. O cidadão que cobra dos políticos o cumprimento dos preceitos da ética tradicional é o mesmo que usa o expediente do jeitinho e da malandragem.



Claro que a desonestidade não é uma exclusividade nacional. Mas é interessante ressaltar a peculiaridade brasileira na admissão das "categorias" jeitinho e malandragem como elementos paradigmáticos à ação "moral". No nosso país, curiosamente, exaltam-se, ao mesmo tempo, dois tipos aparentemente incompatíveis: o honesto e o malandro. Nesse sentido, como bem observou o antropólogo Renato da Silva Queiroz, a cultura brasileira é permeada por uma ambiguidade ética em que termos como "honesto", "corrupto", "esperto", "otário", "malandro" e "mané" se misturam num confuso caldeirão moral. Esse caráter peculiar de nossa sociedade exige-nos alguns questionamentos: o que levou a cultura brasileira a essa ambiguidade moral? O que fez que nossa sociedade cultivasse certa glorificação da malandragem? E mais: será que essa exaltação do tipo "malandro" tem sido proveitosa para o Brasil? Ela tem contribuído para o engrandecimento de nossa cultura ou para sua degeneração?

Ao contrário dos personagens malandros de nossa história, geralmente matutos desprivilegiados, Zeca, de Caminho das Índias (Globo), é um garoto de classe média que, apoiado por seus pais, usa sua malandragem não por sobrevivência, mas para perturbar os outros e com a certeza de impunidade

No final do século XIX, o filósofo Friedrich Nietzsche se propõe a realizar uma crítica dos valores morais e, com isso, inaugura o seu procedimento genealógico. Rompendo com a tradição metafísico-religiosa que considera os valores como sendo eternos, universais e imutáveis, o pensador alemão passa a pensá-los por um viés histórico. Ou seja, no entender de Nietzsche, os juízos de valor, antes concebidos como absolutos, teriam sido, na verdade, criados numa determinada época e a partir de uma cultura específica. Tomando como ponto de partida essa perspectiva, o pensador alemão enxergou a necessidade de realizar um exame acerca das condições históricas por meio das quais os valores foram engendrados. E coloca as seguintes questões: de que forma esses paradigmas morais teriam sido gerados? Por quais povos e em que época? Em que condições se desenvolveram e se modificaram? Para efetivar essa investigação, Nietzsche põe a seu serviço os recursos da História, da Filologia, e da Fisiologia. Apesar disso, ao recorrer a essas disciplinas, o filósofo não assume o papel de um cientista positivista, que busca fatos históricos, fisiológicos ou antropológicos. Nietzsche está longe de ser um pensador, que se pretende isento e "objetivo". Para ele, a investigação genealógica já é um procedimento que se realiza a partir de uma determinada perspectiva valorativa. Sua análise deve ser entendida como uma hipótese interpretativa que tem como pano de fundo o referencial das ciências, mas não como um método científico que se embasa em fatos.



Essa exaltação do tipo "malandro" tem sido proveitosa para o Brasil? Ela tem contribuído para engrandecer nossa cultura ou para degenerá-la?

A DIALÉTICA DA MALANDRAGEM

Em 1970, o crítico literário Antônio Candido publicou Dialética da malandragem, uma referência obrigatória para qualquer estudo filosófico que aborde o tema da malandragem brasileira. O trabalho, um ensaio sobre Memórias de um Sargento de Milícias - romance publicado em 1854 por manuel Antônio de Almeida (1831-1861) -, toma o personagem principal do livro, Leonardo Pataca Filho, como o primeiro malandro da literatura brasileira. mostrando que Leonardo transita, cotidianamente, entre a ordem estabelecida e as condutas transgressivas, Cândido afirma que esse romance, já no século XiX, retrata - retrospectivamente - a ambiguidade ética da sociedade brasileira, na época de Dom joão Vi. A desarmonia entre as instituições ético-legais e as práticas sociais efetivas não seria novidade: "Há um traço saboroso que funde no terreno do símbolo essas confusões de hemisférios e esta subversão final de valores. (...) É burla e é sério, porque a sociedade que formiga nas Memórias é sugestiva. (...) manifesta (...) o jogo dialético da ordem e da desordem". (A título de curiosidade, é bom lembrar que, em 1946, época em que a difamação de Nietzsche estava em seu apogeu, o mesmo Antônio Cândido publicou o ensaio O Portador, um dos primeiros textos a apontar a necessidade de se recuperar o pensa-mento nietzschiano).

SUSPENSÃO DOS VALORES

O procedimento genealógico, no entanto, não se restringe apenas a essa pesquisa das origens dos valores, pois, com o seu "método", o filósofo propõe, simultaneamente, uma avaliação desses mesmos juízos de valores. Assim, ele nos interroga, também, acerca do "valor desses valores". Em Para a genealogia da moral, livro publicado em 1887, Nietzsche usa seu procedimento, por exemplo, para examinar a dicotomia ocidental entre os valores "bem x mal". Considerando esses referenciais como fruto da criação humana, o filósofo questiona até que ponto eles têm sido benéficos à nossa civilização: "Sob que condições o homem inventou para si os juízos de valor 'bom' e 'mau'? Que valor têm eles? Obstruíram ou promoveram até agora o crescimento do homem? São indícios de miséria, empobrecimento, degeneração da vida? Ou, ao contrário, revela-se neles a plenitude, a força, a vontade de vida? (...) O próprio valor destes valores deverá ser colocado em questão" a partir do critério vida.

Bezerra da Silva, autor da letra da música Malandro é Malandro e Mané é Mané. No Brasil, a malandragem ganhou valor positivo como traço de personalidade. É como se de um lado estivessem os malandros e, de outro, os "manés"

Se, por um lado, Nietzsche considera que os referenciais éticos são sempre relativos a uma cultura específica e, por essa razão, não podem constituir um critério absoluto de avaliação, por outro lado, ele necessitou de um novo critério pelo qual pudesse avaliar os valores. Nietzsche precisava de um valor que estivesse além de toda perspectiva moral e que servisse, ao mesmo tempo, como referência para julgar qualquer moral.

"Jeitinho brasileiro" e "malandragem" na Política

Brasileiro, que é malandro, sempre dá um jeitinho de lucrar. Quem está no poder, rondado pelas oportunidades de usar a influência do cargo para ganhar algo por fora, tem usado e abusado desta "ética frouxa" que nossa cultura da malandragem estimula. A seguir, alguns escândalos políticos brasileiros, do presente e do passado, que bem ilustram esse hábito de tentar levar vantagem.

Farra das passagens aéreas

O escândalo das passagens aéreas explodiu quando um site tornou público que parlamentares estavam usando suas cotas mensais de passagens aéreas cedidas pelo estado para promover viagens de turismo - até ao exterior - a familiares e amigos.

Nada no regimento especificava que era proibido doar as passagens a terceiros, apenas o bom-senso e a Ética. Como brasileiro sempre dá um jeitinho de sair lucrando, os parlamentares, aproveitando a brecha na lei, estavam financiando viagens de familiares e amigos, viajando a passeio, etc.

O deputado Fernando Gabeira, (PV) que admitiu ter usado sua cota de passagens aéreas de forma irregular

O esquema foi além da simples malandragem e virou desvio de verba: assessores passaram a repassar a sobra do mês para agências de viagem, que vendiam bilhetes para pessoas comuns, pagavam com o crédito da Câmara e dividiam com os assessores o dinheiro dado por quem adquiriu a passagem.

O escândalo fez muitos parlamentares devolverem o dinheiro gasto em passagens não usadas a trabalho e o Congresso rever o regimento a respeito das viagens aéreas.

Compra de votos pelo "mensalão"

A maior crise política sofrida pelo governo do presidente Lula ficou conhecida como "mensalão" e está ligada a um suposto esquema de compra de votos de parlamentares. Deputados receberiam uma espécie de mesada para votar a favor de projetos de interesse do Poder executivo. no governo, o jeitinho era o seguinte: pagar para ganhar votos favoráveis e evitar problemas.

A suposta venda de voto, que deu origem à crise foi só o estopim para a descoberta de uma série de outros escândalos de corrupção relacionados ao "mensalão", como o caso Celso Daniel, o escândalo dos Correios, o dos Bingos e do banco Opportunity, que acabou associado ao esquema do "valerioduto".

O deputado João Paulo Cunha (PT), interrogado por acusações de pertencer ao esquema do mensalão

Cartão corporativo

Que tal um cartão em que a fatura no final do mês fica por conta do Governo? O escândalo dos cartões corporativos foi motivado pelo uso indevido de um cartão criado para pagar despesas pequenas e urgentes de funcionários do governo em missões de trabalho, mas foram descobertas compras de ursos de pelúcia, reformas de mesa de sinuca e até pagamentos de diárias no hotel Copacabana Palace. Alguns mais malandros, usavam a estratégia de sacar o dinheiro e pagar em espécie, assim não deixavam vestígios da ilegalidade, a menos que fossem investigados - e foram. As primeiras denúncias levaram à demissão da Ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, do PT, a pessoa que mais realizou gastos com o cartão em 2007.

Impeachment de Collor

A renúncia, em 29 de dezembro de 1992, do então presidente Fernando Collor de mello para evitar seu impeachment faz parte daquele que talvez tenha sido o maior escândalo político brasileiro. Apesar de ter renunciado, o processo teve seguimento e Collor foi condenado à perda do mandato e à inelegibilidade por oito anos. Nunca antes um político da América Latina havia sido deposto do cargo por impeachment.

Foi aberta uma Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) que descobriu que o presidente e familiares haviam tido despesas pessoais pagas com o dinheiro recolhido ilegalmente pelo "esquema PC", que envolvia uma rede de "laranjas" e de "contas fantasmas". A reforma da Casa da Dinda (residência de Collor em Brasília) e um carro Fiat Eelba foram tidos como exemplos de bens e serviços pagos com dinheiro do esquema ilícito. Tais descobertas serviram de base para a abertura do processo de impeachment.
"Mordomia" quase oficial

No governo militar de ernesto Geisel (1974-1979), quando a censura e a repressão apenas começavam a arrefecer, o jornalista ricardo Kotscho escreveu uma matéria descrendo as "mordomias" de que desfrutavam tecnocratas e militares no governo. A certeza de impunidade era tanta que tais mordomias, como longas listas de comes e bebes para residências oficiais, compras de flores e de peças de decoração, distribuição de dividendos em empresas estatais deficitárias e salários astronômicos, eram publicadas no Diário Oficial, conta o próprio jornalista, no livro Do golpe ao planalto
No entender de Nietzsche, esse paradigma seria a vida. Vejamos como argumenta o pensador em Crepúsculo dos ídolos: "É preciso estender ao máximo as mãos e fazer uma tentativa de apreender essa espantosa finesse [finura], a de que o valor da vida não pode ser estimado. Não por um vivente, pois ele é parte interessada, até mesmo um objeto da disputa, e não juiz; e não por um morto, por outro motivo". Nesse sentido, a vida seria um critério de avaliação impossível de ser avaliado, pois qualquer avaliação sempre se dá por meio de uma determinada perspectiva inserida na vida.

Ao examinar o desenvolvimento histórico da civilização ocidental, Nietzsche chega à conclusão de que os fundamentos morais que têm norteado o Ocidente foram engendrados a partir de uma perspectiva negadora da vida e do mundo terreno. Isso porque a Ética ocidental - fundada nos pilares do cristianismo e platonismo - teria como referência moral os valores concebidos a partir de um além. Em ambas as perspectivas fundadoras existiria uma predileção a um mundo extraterreno em detrimento do mundo terreno. No caso do cristianismo, a esperança de redenção no reino de deus teria provocado a negação da vida e do mundo terreno.







Para Nietzsche, os fundamentos morais que têm norteado o ocidente foram engendrados a partir de uma perspectiva negadora da vida e do mundo terreno



O platonismo, por sua vez, ao conceber o mundo das ideias como o âmbito da verdade e da eternidade, teria considerado o mundo terreno como aparente e transitório e, por essa razão, inferior. O procedimento genealógico nos propõe uma forma de investigação filosófica que, além de indagar pela procedência histórica dos valores morais, realiza também um julgamento desses valores.

Colocando a vida como o critério avaliador, a "genealogia" pergunta: qual o papel dos paradigmas morais vigentes? Eles servem para conservar e engrandecer a vida? Ou promovem sua decadência? Nesse sentido, se adotarmos o procedimento genealógico como referência metodológica, teremos que pensar o fenômeno da malandragem como resultado de processos histórico-culturais. Indo além, poderíamos questionar até que ponto ele tem sido favorável ao engrandecimento e conservação da vida.

Nas Ciências Sociais há quem entenda o surgimento do jeitinho e da malandragem como consequência da imposição de uma cultura legal e formalista proveniente da monarquia portuguesa e da igreja católica. Não sendo um resultado legítimo da construção popular, as instituições ético-legais abririam espaço à transgressão. Por outro lado, há também quem enxergue a raiz da "malemolência" brasileira no nosso caráter cultural mestiço.

HERANÇA DE TRADIÇÕES

Por sermos um amálgama de diversas tradições, não teríamos conseguido fixar uma ética coesa. Além dessas teses, diversas outras são apontadas como causa da malandragem tupiniquim: a colonização voltada à exploração, a imposição do formalismo legal como herança do direito latino e, até mesmo, a miscigenação biológica. Apesar dessa heterogeneidade de hipóteses, um elemento comum permeia boa parte dos estudos: a noção de que o jeitinho, a malandragem e congêneres surgem como uma espécie de "mecanismo de adaptação às situações perversas da sociedade brasileira", como ressaltou a antropóloga Lívia Barbosa, em seu livro O jeitinho brasileiro.

Seguindo essa pista fornecida pelas Ciências Sociais, podemos arriscar uma hipótese genealógica para essas "atitudes desviantes": produto de uma combinação entre a árdua condição social e o histórico desamparo do poder público, o jeitinho e a malandragem constituiriam um instrumento de sobrevivência. Assim, essas transgressões seriam uma espécie de infração aceitável socialmente que, na maioria das vezes, justificar-se-ia, ou por uma facilidade em relação aos trâmites burocráticos das instituições oficiais, ou por uma necessidade resultante da dura realidade socioeconômica brasileira. Em ambos os casos, essas violações ético-legais seriam uma espécie de "drible" nas adversidades da vida num país, historicamente, repleto de desigualdades. Tomando esse raciocínio como premissa, podemos dizer que, no Brasil, burlar as regras morais e legais foi algo que se impôs como forma de adaptação ao "ambiente hostil". O brasileiro precisou ser malandro para sobreviver numa sociedade cruel e de enorme abandono do poder público. A origem e fundamento mais remoto da malandragem foi a conservação da vida: a vida se impôs perante as leis e os costumes éticos formalizados, fazendo as circunstâncias efetivas se sobreporem à moral vigente.

O brasileiro precisou ser malandro para sobreviver numa sociedade cruel e de enorme abandono do poder público
Fazer uma fotocópia "clandestina" de um livro - do ponto de vista da Ética formalizada - seria algo reprovável e até mesmo ilegal, porém esta prática é uma das mais comuns em muitas universidades brasileiras. Apesar de se tratar de algo desviante de uma Ética tradicionalmente instituída, essa atitude não é difícil de ser justificada. No Brasil, onde o investimento em Educação é ainda escasso, e acesso aos livros de qualidade é muito limitado, os estudantes - em sua grande maioria com restrições econômicas - são obrigados a recorrer a meios extraoficiais. Além desse exemplo, poderíamos citar diversas outras situações em que as condições efetivas da vida no Brasil se impõem ao "formalismo" ético.

A mãe que fura a fila do atendimento médico de um sistema de saúde saturado para salvar o filho; o morador de uma comunidade carente que faz uma "gambiarra" (ligação clandestina com a rede elétrica) por não ter acesso econômico aos meios legais de distribuição de energia elétrica; o motorista que avança o sinal vermelho à noite para não ser assaltado; ou mesmo um saque de alimentos a um caminhão tombado na estrada.

Mas não se trata de justificar,aqui, uma transgressão generalizada. Como foi dito anteriormente, essa posição assume a "conservação da vida" como fundamento originário desse tipo de burla, mas - é necessário ressaltar - isso não significa dizer que, ainda hoje, a "vida" continue sendo o único referencial criador para toda atitude de infração à legalidade e ao costume ético tradicional.




APOLOGIA À MALANDRAGEM

Com o desenrolar histórico, a própria transgressão teria se transformado em uma espécie de modelo "ético". A antropóloga Lívia Barbosa vai nessa mesma direção: "de drama social do cotidiano [o jeitinho brasileiro] passou a elemento da identidade social. (...) de simples mecanismo adaptativo, reflexo de nossas condições de subdesenvolvimento, o jeitinho se transformou em elemento paradigmático de nossa identidade (...)".
Se até o momento defendemos que a conservação da vida foi o ponto de partida para o surgimento do jeitinho e da malandragem, agora, além desse fundamento, um fator derivado - também impulsionador e potencializador da transgressão - teria surgido no desenrolar histórico-cultural do Brasil: a apologia da malandragem.

O que queremos dizer é que a exaltação do tipo esperto - aquele que sempre se dá bem e leva vantagem em tudo - ou a glorificação do malandro seria resultado de processos culturais. O tipo esperto teria passado a ser admirado como um vitorioso na luta pela vida.

A partir disso, o malandro passa a ser visto como exemplo a ser seguido, torna-se um referencial para o "dever ser" e se transforma em um "paradigma ético paralelo". Assim, a malandragem - que, de início, foi impulsionada pelas imposições de conservação da vida - se converteu em referência para si mesma. Tornando-se uma espécie de categoria ético-metafísica, ela se transformou em valor moral e passou a ser norteada por si mesma. A malandragem se transfigurou em modelo ético para a própria malandragem.

E ao tornar-se um valor, a malandragem passou a ser compreendida como uma espécie de essência biológica. Ou seja, se transformou em caráter inerente e distintivo de certos indivíduos. De um lado, teríamos a "espécie" dos malandros e, do outro, a dos "manés" - lembremos da clássica tautologia, tantas vezes cantada pelo sambista Bezerra da Silva: "malandro é malandro e mané é mané".

"O medo é o pai da moralidade" - FRIEDRICH NIETZSCHE

Conforme esse raciocínio, a "Filosofia ética da malandragem", por incrível que pareça, teria suas raízes fincadas numa forma de pensar essencialista, já que, na maioria das vezes, o senso comum concebe o "tipo malandro" como sendo esperto de nascença, como por exemplo, Macunaíma, personagem de Mário de Andrade e um dos símbolos da malandragem na literatura brasileira. Há, inclusive, no imaginário cultural do Brasil, a ideia de que o "jogo de cintura", a "malemolência" e a "ginga" são componentes essenciais do caráter do povo brasileiro. O agir malandramente já seria fruto do modo de ser do "esperto brasileiro". Nessa direção, recordemos a "lei de Gerson" - jogador da seleção de 1970 - que proclamava que todo brasileiro - incluindo ele - gostava de sempre levar vantagem em tudo.

Diante disso tudo se pode questionar: qual o valor da "ética da malandragem"? Ela tem servido para conservar e engrandecer a vida? Tudo leva a crer que, ao promovermos essa a apologia da malandragem, perdemos o referencial originário, a saber, a vida.

A malandragem gratuita, a da "lei de Gerson", a malandragem pela malandragem está conduzindo ao caminho contrário da conservação e engrandecimento da vida. Ao se conceber como um povo essencialmente malandro, um povo pacífico e cordial - para usar o termo de Sérgio Buarque de Holanda -, um povo que "resolve" seus problemas na base do jeitinho, o brasileiro estaria se desviando de transformações sociais mais significativas. "Ao funcionar como válvula de escape, ela [a transgressão pelo jeitinho] impede o surgimento de uma pressão social efetiva que leve a mudanças tão necessárias no nosso aparato legal e administrativo" (Lívia Barbosa).

Ou seja, por ser constituída de técnicas individuais de sobrevivência, a malandragem impediria estratégias mais amplas de insurreição popular.


Além disso, apologia da malandragem e a compreensão do povo brasileiro como essencialmente malandro traz à tona o perigo da justificação de uma corrupção generalizada e, por tabela, o efeito colateral de todo um encadeamento de chagas sociais. Concebida como característica natural, a corrupção passa a ser entendida como algo inevitável no Brasil. Isso nos leva a uma licenciosidade ético-legal justificada por uma espécie de determinação biológica. Essa banalização e justificação da corrupção trazem como consequência uma desestruturação social que torna as condições de vida ainda mais precárias. Temos uma espécie de movimento circular, em que os problemas sociais que engendraram a malandragem são realimentados pelo "modelo ético" da própria malandragem. Será que a necessidade de tanta malandragem não levará todos nós a assumirmos o papel de "manés"?

A compreensão do povo brasileiro como essencialmente malandro traz à tona o perigo da justificação de uma corrupção generalizada

quarta-feira, 8 de julho de 2009

 
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Feche os olhos, abra a alma e peça:

Pai,
Que hoje eu possa saber fazer silêncio!

Que os maus pensamentos se calem
E que os meus ouvidos sejam surdos
Para más palavras e maledicências.

Que os meus olhos possam apenas enxergar o Bem Em todas as coisas por pior que elas pareçam.

Que o meu ego se emudeça e se afaste
De julgamentos e condenações.

Que a minha alma se expanda e tenha compaixão Por todos os seres vivos.

Que em meu silêncio eu veja que há tempo Para fazer preces pelos que já se foram.

Que eu consiga perceber cada recado Teu
Através das Tuas criações.

Que eu compreenda que a Tua voz é a única que me Sopra a Verdade nas 24 horas dos meus dias.

Que eu ouça em cada minúsculo ser
A grandeza da Tua obra.

Que eu perceba nessa Grandeza o quanto
És desprovido de orgulho.

Pai,
Que hoje eu possa saber fazer silêncio!

Que eu saiba calar na hora exata
E nessa hora lembrar-me de observar
Que na música da Vida
Só prevalece a Tua arte ...

E que em meio a qualquer som
Tu sempre soarás mais alto
E jamais hás de calar-Te.

Amém.



Fraterno abraço!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Você já mentiu que leu um livro?





Você entra no metrô. No ônibus. Numa cafeteria. Certeza. Um número grande de pessoas está lendo. Faz parte da paisagem londrina. Jornais, revistas. Livros. Muitos livros. Estudantes, executivos, senhores e senhoras de certa idade. Crianças. O britânico é um leitor. Mas. Mas também é humano: diz que lê mais do que lê na verdade.Como todos nós.

Uma pesquisa recente mostrou que dois em cada três britânicos já disseram ter lido um livro que não leram, para impressionar. “1984″, de George Orwell, “Guerra e Paz”, de Tolstoi, “Ulisses”, de James Joyce, e a Bíblia são os livros mais lidos de mentirinha entre os britânicos, segundo o levantamento. Muitas pessoas admitiram também pular páginas para chegar mais rápido ao fim.

Como todos nós.

Livro instrui, inspira, constrói e destrói mundos - e pode impressionar mesmo quando não é lido. Há certos livros que você se sente socialmente obrigado a comprar mesmo sabendo que não vai ler. Pelo menos não por inteiro. Talvez a orelha, as primeiras páginas, os parágrafos finais. Claro: se perguntarem se você leu, a resposta provável será sim. Mesmo que tenham sido apenas algumas páginas. Uma vez, para testar essa hipótese, uma revista americana fez o seguinte. Numa pilha de livros de determinada livraria, colocou discretamente um pequeno aviso na altura da página 40 de um bestseller de leitura indecifrável. O leitor que chegasse ali ficava sabendo que tinha direito a receber, na livraria em que fizera a compra, uma determinada quantia.

Foi ridículo o número de pessoas que foram reclamar o dinheiro que lhes seria dado desde que tivessem lido um número razoável de páginas.

Como esperado.

Livros: quais ler? Quantos? Leitura em alta velocidade, para trocar de livro com freqüência e formar bibliotecas vistosas, ou em baixa, com foco na apreensão? Quantidade ou qualidade? As palavras mais sábias que li sobre isso foram de Sêneca, o grande estóico romano, num ensaio chamada “Da Tranquilidade da Alma”. “Para que servem inúmeros livros e bibliotecas, se o proprietário encontra apenas o tempo em sua vida para ler as etiquetas?”, escreveu Sêneca. “Uma profusão de leitura sobrecarrega o espírito, mas não o ilustra; e melhor seria aplicar-se a um pequeno número de autores do que vagar no meio de muitos. Quantas pessoas desprovidas da mais elementar cultura têm livros que não são de modo algum instrumento de estudo, mas que adornam suas salas?”

E então volto à pesquisa, e penso em mim mesmo. Se já disse ter lido algum livro que não li? Claro.

Mas quem não? Desconfio que o terço das pessoas que disseram nunca ter feito isso estivesse contando - elas também - uma pequena mentira.


http://colunas.epoca.globo.com/pelomundo/

segunda-feira, 16 de março de 2009

Aviso da lua que menstrua

TENTAREI REPRODUZIR ALGUMA FIDELIDADE DO MEU MOMENTO...Pronto, esta aí...



Moço, cuidado com ela! Há que se ter cautela com esta gente que menstrua... Imagine uma cachoeira às avessas: cada ato que faz, o corpo confessa. Cuidado, moço às vezes parece erva, parece hera cuidado com essa gente que gera essa gente que se metamorfoseia metade legível, metade sereia. Barriga cresce, explode humanidades e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar mas é outro lugar, aí é que está: cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita.. Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente que vai cair no mesmo planeta panela. Cuidado com cada letra que manda pra ela! Tá acostumada a viver por dentro, transforma fato em elemento a tudo refoga, ferve, frita ainda sangra tudo no próximo mês. Cuidado moço, quando cê pensa que escapou é que chegou a sua vez! Porque sou muito sua amiga é que tô falando na "vera" conheço cada uma, além de ser uma delas. Você que saiu da fresta dela delicada força quando voltar a ela. Não vá sem ser convidado ou sem os devidos cortejos.. Às vezes pela ponte de um beijo já se alcança a "cidade secreta" a Atlântida perdida. Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela. Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas cai na condição de ser displicente diante da própria serpente Ela é uma cobra de avental Não despreze a meditação doméstica É da poeira do cotidiano que a mulher extrai filosofando cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso julgando a arte do almoço: Eca!... Você que não sabe onde está sua cueca? Ah, meu cão desejado tão preocupado em rosnar, ladrar e latir então esquece de morder devagar esquece de saber curtir, dividir. E aí quando quer agredir chama de vaca e galinha. São duas dignas vizinhas do mundo daqui! O que você tem pra falar de vaca? O que você tem eu vou dizer e não se queixe: VACA é sua mãe. De leite. Vaca e galinha... ora, não ofende. Enaltece, elogia: comparando rainha com rainha óvulo, ovo e leite pensando que está agredindo que tá falando palavrão imundo. Tá, não, homem. Tá citando o princípio do mundo!

CITADO POR ELISA LUCINDA NO PLENARIO NO DIA DA MULHER!!!!

domingo, 1 de março de 2009

Comportamento



A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO



Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja

cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito

além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado.



É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de

dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa

alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam

mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam. E quando falam,

passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.



É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se

dirigir ao frentista, nas pessoas que evitam assuntos constrangedores

porque não sentem prazer em humilhar os outros. Ser simples é elegante .

É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra

interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas

festivas, e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que

pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não

está. Oferecer flores é sempre elegante. Lembrar de quem se lembra da gente

é elegante. Agendar aniversários quando não temos boa memória , e elegante.



É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro..

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante o silêncio, diante de má rejeição...

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo.

É elegante a gentileza...



É elegante passar credibilidade nas atitudes , compromissos e palavras

Atitudes gentis, falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém... É muito elegante

Dar o lugar para alguém sentar... É muito elegante

Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar essa delicadeza pela observação, mas tentar

imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver a arte de conviver, que independe de status social: é

só pedir licencinha para o nosso lado bruto, que acha que "com amigo não

tem que ter estas frescuras".

Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

PRESENTE ESPECIAL


Presente especial

Hoje me perguntaram o que eu gostaria de ganhar de presente. A primeira coisa em que pensei foi em um beijo e um feliz aniversário, da minha família. Pode parecer uma coisa banal para alguns, mas para mim seria o melhor presente da minha vida.

Atualmente, moro com eles, e é justamente por isso que esse seria o presente perfeito. Desde muito jovem moro longe da família e acreditem, não coisa mais triste que a distancia deles. Digo distantes, mas não ausentes. Em todas minhas viagens por esse "mundão", estava em contato constate com eles, tirando uma dúvida, pedindo um conselho ou simplesmente querendo saber a "listinha" de compras do país que viera a visitar.

Tenho um irmão prodígio que atualmente fala até japonês!!! E olha que o pirralho tem só 20 aninhos... aff. Tá ja sei, ele não é tão novinho assim, mas para mim, ele ainda é um baby. Amo minha família!!! Sou uma cópia fiel da minha mãe, e me orgulho disso. A alegria de viver dela me inspira, mas em certos momentos gostaria de ter a serenidade do meu pai. Quem sabe com o tempo... E EM FALAR EM TEMPO....
26 anos

Uns arriscaram 26, 27 anos, outros foram mais longe,estão me parabenizando adiantado(devido ao fato de ter nascido na 3a feira de CARNAVAL) pelos 28 anos. Mas na verdade cheguei aos 30. Sim, sou de 1979. E podem ter certeza que estou preocupada por estar perto dos 30, afinal a piada 15 em cada perna já está quase servindo.
24 de FVEREIRO

Brigaram comigo dizendo que o e-mail que mandei era típico de ariana(LONGA HISTÓRIA, a partir dos 30, vc passa a viver sob o seu signo ascendente, graças a Deus, pq peixes é um IDIOTA!!!rs) que gosta de aparecer e que foi só para lembrar que meu aniversário está chegando.

Puxa, não é verdade. Até porque mesmo com o e-mail as pessoas esquecem. Ou acham que é no dia seguinte, dia 25, ou não ligaram mesmo. Anyway, os mais chegados lembram e isso é que importa.
A verdade é que eu adoro fazer aniversário. Acho que volto a ser criança. Não é por ganhar presentes, até porque não ligo pra isso. Mas como boa ariana (hahaha), adoro ser o centro da atenções. Quem não gosta de ser paparicada no seu aniversário? Mesmo antes dele chegar, meu celular não para, minhas caixas de e-mail recebem várias mensagens. Bom, beijos e abraços são uma ressalva, isso sobra no meu dia a dia... Ou seja, carinho não tem me faltado... ABAFAAAAA...rs

Até lá.. muitas sessões de drenagem, muitas corridas no calçadão, muito spinnig e muita salada...rsrsrs
CARNAVAL ME AGUARDE!!!!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Viajar é preciso



Viajar é um hábito muito importante changer. Ele muda o tempo você despertar, a maneira de pensar sobre coisas, a maneira de fazer nomeações, a maneira de comer, e muitos aspectos de sua vida, especialmente sobre erros que tenha cometido. Para mim isso tudo, torna-se uma forte tradição, em me reequilibrar, achar meu eixo e pensar sobre como agir e fazer as coisas.

Não quero que entendam... Só aceitem!!!

Pensamentos da Ida

NÃO SE DEVE IR ATRÁS DE OBJETIVOS FÁCEIS, É PRECISO BUSCAR O QUE SÓ PODE SER ALCANÇADO POR MEIO DOS MAIORES ESFORÇOS.

Albert Einstein

Sem comentários o texto abaixo...

"Eu não preciso de você nem pra andar e nem pra ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado"

Tati Bernardi


ANTES>>>>>

Preciso encontrar-me,
porque por vezes não sei quem sou,
o que faço, o que falo,
sinto-me vazia, sem o meu eu,
não sei de onde venho,
para onde vou,
os meus passos estão perdidos,
não encontram um caminho,
estou errada nesta estrada sem fim,
tudo me parece distante, ausente,
incessantemente decadente.
Dantes tinha brilho nos olhos,
mas agora as luzes estão apagadas,
não tenho medo do escuro, habituei-me a ele,
companheiro de longas horas,
as fortalezas também caem,
as pontes também desabam,
os muros reconstroem-se...
mas se eu partir não volto mais!

Ana Margarida Amorim

"Isso também passará..."

Até a prox postagem...